Museu da Marioneta

Foi provavelmente na Ásia que apareceram as primeiras marionetas. A Índia e a China terão sido o seu berço, mas rapidamente se expandiram por todo o continente asiático.
Em cada local onde se implantaram, adquiriram características próprias, sendo este facto particularmente evidente na Indonésia, no Japão, com o teatro Bunraku, e no Vietname.
O Sri-Lanka e Myanmar (antiga Birmânia) são igualmente países com grandes tradições no âmbito do teatro de marionetas
As tradições culturais dos diferentes países do sudeste asiático foram fortemente influenciadas pelos épicos indianos Ramayana e Mahabharata, sendo os seus heróis referência e os seus comportamentos modelo para reis, senhores e comuns

O Ramayana, uma compilação em sânscrito de tradições orais e literárias normalmente atribuídas ao poeta Valmiki, é um longo poema de 25 000 versos, divididos em setenta capítulos e agrupados em sete livros. A sua data provável situa-se entre os séculos IV e III a.c.
O Ramayana conta-nos a história do Príncipe Rama e da sua amada Sita, raptada por Ravana, senhor da ilha de Lanka. Esta história poderá ser em linguagem poética o relato da conquista da ilha de Ceilão, hoje de novo chamada Sri Lanka, pelos arianos vindos do Cáucaso, e a assimilação aos novos senhores e deuses das populações Dravidianos do sub continente indiano.

Mahabharata é o maior dos épicos indianos, com cerca de 74.000 versos divididos em 18 Parvas (livros ou capítulos), geralmente atribuído a Vyasa, é a fonte mais importante para civilização clássica indiana e ideias do hinduísmo. Embora com muitos enredos paralelos e menores, trata-se sobretudo da narrativa da grande guerra civil no reino de Kurukshetra, que representava, no séc. IX a.c., a região circundante da moderna Deli.
Dhritarashtra deveria ser o rei de Kurukshetra, mas sendo cego e de acordo com o costume, foi obrigado a passar o trono a seu irmão mais novo Pandu, que mais tarde se torna hermita, tornando-se rei Dhritarashtra. O Mahabharata relata as guerras entre os cinco filhos de Pandu, os Pandavas, e os cem filhos de Dhritarashtra, os Kauravas, que os Pandavas, com a ajuda de Krishna, acabarão por vencer.
Trata-se, de facto, da obra que contém todos os princípios do hinduísmo, constituindo-se como um código de conduta moral e de desenvolvimento espiritual.