FOLIA DE CERVANTES Teatro Viaggio
04 de Setembro de 2005 – 18h00
Cervantes e Marco Rota – TextoMarco Rota – EncenaçãoGaspar Sanz, Marin Marais e Arcangelo Corelli – MúsicaMichaele Guadalupi, angelo Marchetti e Denise Mirra – MúsicosMarco Rota – Interpretação
Sábado, 23 de Abril de 1616Estamos em casa de Miguel Cervantes Saavedra, que se encontra moribundo. Com ele está um pequeno grupo de músicos, chamados por um dos seus criados, para tornar menos dolorosa a passagem da vida à morte do seu patrão.
Cervantes espera pela sua morte e, em confronto com este acontecimento, a distinção com aquilo que viveu e aquilo que imaginou já não faz sentido. As suas recordações fundem-se e confundem-se, materializam-se e resplandecem, como ele diria à sua Dulcineia. Que seja ele Cervantes, D. Quixote, ou Alonso Quijano el Buono, já não tem importância. Os músicos tornam-se para o velho poeta, Sancho, a sobrinha, os seus amigos mais fieis, espíritos malígnos e, às vezes… músicos.
Para estes, em ves disso, Cervantes aparece como uma pessoa que está a morrer. Com ele estabelecem uma relação de compreensão e compaixão, revelando uma grande humanidade e consentindo nas suas extravagantes folias.
A morte torna-se cada vez mais iminente, mas já não é dramática.
Tudo aquilo que é evocado tanto pode ter feito parte do passado de Cervantes como o de qualquer homem: trata-se apenas de viver com dignidade os últimos momentos da vida.
Ciclo: IV Festival Internacional de Máscaras e Comediantes