NOITES DE VERÃO no Museu da Marioneta
Katuta Branka Museu da Marioneta, 12 Agosto, 19H00 “Katuta Branca é simplesmente uma das figuras maiores da história do Funaná. É uma figura que se impõe por direito próprio, conhecido de todos os Cabo-Verdianos. Natural da ilha de Santiago, e a viver na Damaia, Grande Lisboa, desde 1994, tem mantido um trajecto sólido em festivais Internacionais ao longo de toda a carreira. Os concertos de Katuta são uma explosão que de tão grande, é difícil de descrever. Traz a cultura de Funaná em modo puro, com aquele sentimento de liberdade eufórica que nos tempos coloniais apenas se podia sentir ao fim do dia, e fugindo aos ouvidos da Polícia. O Funaná nasceu e permaneceu como desafio à autoridade, à submissão. Katuta, um libertário natural, é a imagem de um conceito impossível: liberdade absoluta.” por Celeste/Mariposa Evan Parker Museu da Marioneta, 19 Agosto, 19H00 Evan Parker é, desde há praticamente 50 anos, um dos grandes saxofonistas e músicos em actividade. Nascido em Bristol em 1944, foi ao assistir a um concerto do quarteto de John Coltrane em 1962, momento que determinou – como diz – a sua “escolha de tudo”, que começou a ser para ele mais clara a área estética onde viria a investir. Ajudou de forma crucial a desenhar um jazz britânico, mas também europeu, que com os anos vem chamando de livre improvisação, termo e prática que passou a partilhar com uma pequena comunidade de contemporâneos seus nos anos 1960, e que entretanto se expandiu ao mundo inteiro. Olhar para a discografia de Parker é quase como ler a história desta herança e metodologia musicais que não cessam de se desenvolver e reconfigurar. Desde o seu arranque no Spontaneous Music Ensemble com John Stevens, à Music Improvisation Company, até à criação das editoras Incus (com Derek Bailey e Tony Oxley) em 1970 e Psi (agora sozinho, em 2001), Parker permanece um cidadão e artista ávido de uma exploração brava, obsessivamente coerente, feita sempre num impressionante ritmo de trabalho. Por entre mais de 200 registos discográficos e milhares de actuações, formações que mantém há quatro décadas e outras ad hoc, o solo permanece um dos veículos de expressão que lhe é mais querido. O supremo domínio que tem do som e do instrumento, de onde sobressai a sua conhecida técnica de respiração circular, da qual é absoluto virtuoso, permite-lhe trabalhar em extensas formas contínuas no saxofone. Dos raros históricos que permanece tão vital e inquisitivo hoje como na sua juventude, para uma actuação, como sempre quando se trata de Evan Parker, irrepetível. Luis Severo Museu da Marioneta, 26 Agosto, 19H00 “Foi debaixo do signo d’O Cão da Morte que Luís Severo começou um processo de experimentação adolescente enquanto cantautor, tendo vindo a lançar desde 2009 uma montra de registos que concedem ao artista uma identidade única no panorama musical português. Em 2014, uniu-se a Coelho Radioactivo para nos apresentar radiosas canções e performances na estrada enquanto Flamingos. 2015 foi o ano em que O Cão da Morte morre de amores pela pop que outrora experimentou e agora consolida, renascendo com o apelido materno seguindo o nome próprio. Depois de dois anos a escrever novas canções e a tocar pelo país inteiro, Luís Severo lançou “Cara d'Anjo” na Gentle Records, o seu quarto longa duração. Produzido pelo próprio, com o precioso auxílio de Filipe Sambado, este novo trabalho revela-nos a sua maturidade no ofício da canção e transparece a sua qualidade enquanto letrista e o seu charme na descrição do amor no espaço urbano e suburbano.” por Gentle Records
Ciclo: 12, 19 e 26 Agosto