Robertos ATELIER FAMÍLIAS
Atelier de construção de Robertos, marioneta tradicional portuguesa.
D. Roberto é descendente da grande família de Polichinelos mas, ao contrário dos seus parentes europeus, não tem um tipo físico determinado, o que justifica a generalização do termo Robertos a todos os fantoches de luva: em Portugal chamam-se Robertos aos fantoches de luva e Roberto é também o protagonista da maioria das suas histórias.
Até meados do século XX, era comum encontrarem-se Robertos e as suas coloridas barracas nas ruas, praças, jardins e praias de todo o país. De carácter essencialmente popular e frequentemente ignorada pela maioria dos historiadores e investigadores das artes teatrais, o repertório do teatro de robertos era composto por textos de tradição oral, de sabor popular, com direito a muito improviso. Novos e velhos, crianças e adultos, acorriam aos primeiros sons agudos da palheta, prontos a deliciarem-se com os episódios cómicos que aqueles bonecos protagonizavam com ritmo e destreza.
No final do século, no entanto, esta forma teatral estava quase esquecida. Foi João Paulo Seara Cardoso, do Teatro de Marionetas do Porto, que primeiro percebeu a necessidade de preservar os Robertos, aprendendo a arte com o marionetista António Dias, ainda em actividade nos anos 80. Hoje, em Portugal, há de novo uma família de bonecreiros que percorrem o país com os seus ‘actores de palmo e meio’, as suas guaritas e a sempre característica voz de palheta.